domingo, 23 de julho de 2017

Mucugê, Chapada Diamantina no São João!


Passamos o São João em Mucugê, cidadezinha charmosíssima na Chapada Diamantina, Bahia.



Para quem não conhece, a Chapada Diamantina é formada por vários municípios. O mais famoso deles é Lençóis, e todos têm atrações que ficam mais próximas, portanto cada ida à Chapada é uma aventura e uma descoberta, com a possibilidade de "montar base" em cada um deles. Veja aqui nossa viagem a Lençóis!

Dessa vez, nos hospedamos em Mucugê, cidade no alto da serra, friozinho gostoso, que estava toda linda e arrumada para a festa mais bonita do interior da Bahia: o São João!



Todo baiano sabe que São João é no interior! Isso inclui a "tradição" de levar cerca de 3 a 4 horas (!!!) para percorrer a BR-324, quero dizer, 100km de estrada duplicada que liga Salvador a Feira de Santana, que em dias comuns levaria pouco mais de 1 hora. 

Esta foi a primeira parte do nosso trajeto, que fica completamente engarrafada de ponta a ponta na véspera do São João. Como saímos de avião de Recife até Salvador, não tínhamos outra alternativa a não ser encarar a viagem no dia mais lotado. 

Saímos de casa às 5:00 da manhã (é sempre bom sair de Salvador antes das 7:00, para não pegar o trânsito da cidade, mesmo que não seja nas festas juninas) e só chegamos a Feira de Santana 3 horas depois.

De Feira de Santana, pegamos a Estrada do Feijão até Ipirá-BA, cerca de 90km, e de Ipirá mais 70km até Itaberaba. Preferimos fazer assim, pois o trecho da BR de Feira até Itaberaba é bem movimentado, com muitos caminhões. Paramos em Itaberaba (Posto Santa Helena) e seguimos, agora pela BR, até a entrada da estrada que vai para Andaraí e Mucugê (bem antes da entrada de Lençóis). 

Foram 450km percorridos em quase 9 horas, mas a chegada compensou tudo!





A cidade toda linda e enfeitada, e boa parte da minha família (inclusive uma das minhas avós, de 94 anos!) já estava lá nos esperando! Alugamos uma casa super legal e foi super animado, éramos um grupo de 20 pessoas!




À noite foi a festa do São João, com muito forró pé de serra, mingau de milho, milho cozido, assado, amendoim e licor! 

Uma pequena parte da grande família!


Meus matutinhos lindos!



O licor é também típico do interior da Bahia nessa época, e tem de tudo que você imaginar. Maravilha no friozinho!!!



1o. dia - Cachoeira do Cardoso

No dia seguinte, fomos para o primeiro passeio (São João na Chapada é assim, forró de noite e trilha de dia!), um local bem perto da cidade, apenas 6km de carro e dali uma caminhada leve até chegar à cachoeira do Cardoso, com água cor de café geladíssima, típica dessa região. Para este passeio, contratamos um guia na casa de informações turísticas que fica na cidade. Ele foi conosco de carro.



Mesmo no frio, depois da caminhada foi maravilhoso encarar a água gelada!!!





De lá, passeamos pela cidade, e fomos até esta casa enfeitada que vende licores maravilhosos! O melhor deles é o de mucugê (fruta típica da região que dá nome à cidade).



2o. dia - Projeto Sempre Viva e Cachoeira do Tiburtino

No dia seguinte, planejávamos conhecer a Cachoeira do Buracão, porém diante do clima, desistimos. É que o percurso inclui 100 metros de nado, na água gelada, ou passar por uma parte de trilha bem íngreme, por cima, que achamos que seria perigoso para as crianças. Vai ficar para a próxima a cachoeira mais bonita da região!

Fomos, então, visitar o Projeto Sempre Viva. Para quem não sabe, as sempre-vivas são aquelas flores miudinhas, muito utilizadas em arranjos florais, desidratadas, e esta foi a razão para a quase extinção da espécie, o que levou ao Projeto. 



Ali há também muitas informações sobre o garimpo na região, bem como uma autêntica casa do garimpeiro. Programa imperdível para as crianças!

A parte do museu é incrível, pois ele foi construído incrustado em uma rocha:




A visita ao Projeto Sempre Viva inclui uma trilha que dá fácil acesso à Cachoeira do Tiburtino. Diversão garantida com o chão de pedra que parece um planeta distante, e o banho gostosíssimo ao final!










Ah, sempre bom levar lanche e água para as trilhas, pois lá não tem onde comprar. Levamos sempre frutas, sanduíches, biscoitos e água, para aguentar bem até o almoço, que só vai ser na volta, umas 4 da tarde.

3o. dia - Poço Encantado e Poço Azul

No dia seguinte fomos ao Poço Encantado e ao Poço Azul. 

O Poço Encantado fica no município de Itaetê, e tem que chegar até lá de carro, primeiro por uma parte na estrada asfaltada (saindo de Mucugê para Andaraí), e depois 20km de estrada de terra. 

Chegando lá, descobrimos que crianças não podem entrar na gruta, só a partir de 12 anos. Como estávamos com toda a família, meus filhos ficaram com minha avó e minhas tias no restaurante que fica na entrada do Poço Encantado (ótimo para almoçar!), enquanto que descemos com outra parte da família para ver o Poço. 

Lá é realmente incrível. Eu ainda não conhecia, só de fotos, e depois de entrar na caverna escura, em um determinado momento avistamos aquela imagem que parece uma pintura: por uma fresta da caverna entra um facho de luz do sol, que ilumina a água ultra transparente, formando um facho de luz azul na água. Realmente um espetáculo da natureza! O Poço Encantado está fechado para banho, pois a entrada excessiva de pessoas na água estava destruindo a beleza do local. É para ver e se encantar!




De lá seguimos para o Poço Azul, este eu já conhecia, mas na época que eu fui tinham acabado de descobrir dois esqueletos de preguiças gigantes e o banho estava proibido. Dessa vez, o banho estava liberado. Chegando lá, pagamos o ingresso, recebemos um colete de flutuação e máscara de mergulho, e fomos orientados a tomar uma ducha antes de entrar, para não comprometer a transparência da água com cremes ou óleos.

Inicialmente, descemos uma escada até um deque de madeira, de onde já avistamos o belo Poço Azul. 



Não dá para ver onde começa a água, a impressão de que se tem é que é um enorme buraco com uma luz azul dentro, de tão transparente que é a água!



Dali há outra escada que vai até o local do banho. A água era tão transparente que eu só percebi que havia chegado à parte da água quando senti molhar o meu pé! Na foto, com flash, dá para ver onde a água começa:




Ainda mais impressionante quando flutuamos e olhamos para baixo com a máscara, parecíamos estar flutuando em cima de um abismo! Experiência fantástica!



4o. dia - Mucugê e Igatu, a cidade de pedra

No dia seguinte, fizemos um passeio a pé pela cidade de Mucugê, para levar as crianças a té o Cemitério Bizantino, que é um ponto turístico da cidade. É lindo, com os túmulos todos branquinhos, de formatos variados, no pé de uma serra.



Depois, resolvemos ir até a cidade de pedra, Igatu, local onde os garimpeiros se estabeleceram há muitos anos, característico pelas casas feitas de pedra. 

A estrada até lá é meio tensa, de terra com algumas ladeiras enormes de pedra, e só passa um carro de cada vez. A sorte foi que não encontramos ninguém vindo no sentido contrário. 



A cidadezinha é uma graça. Saímos andando pelo centro, vendo algumas casas de pedra e seguimos por uma rua de pedestres até chegar ao Museu do Garimpo, com uma incrível exposição literalmente a céu aberto, dentro de uma casa de pedra sem telhado, com uma paisagem estonteante!

Casa de pedra na entrada da cidade (aquela estradinha lá atrás foi onde passamos):


Igreja de Pedra:


Museu a céu aberto:











E assim foi a nossa aventura na Chapada Diamantina! Já voltamos planejando a próxima!




terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Lisboa e região - Espanha e Portugal Parte 7 - Final

Chegamos a Lisboa para a última parada da nossa viagem. 

A TAP oferece um stopover, em que você pode passar até 3 noites em Lisboa na ida ou na volta da viagem, sem pagar a mais por isso. E ainda oferece alguns passeios gratuitos, junto com a reserva, como uma visita a uma vinícola, city-tours e outros. Foi o que fizemos.

Nos hospedamos no Ibis Lisboa Liberdade, super bem localizado e oferecendo também quartos triplos, o que foi bem difícil de encontrar ao pesquisar hotéis em Lisboa. 

Pertinho do hotel havia o restaurante Dote, muito gostoso, onde almoçamos e ficamos pensando o que fazer na tarde com chuva. Sim, fugimos da chuva com sucesso a viagem toda, mas em Lisboa ela nos pegou!  

Resolvemos seguir para o Oceanário de Lisboa, e as crianças adoraram! Peixes, tubarões, pinguins, águas-vivas, corais e outros seres marinhos fantásticos. O aquário é realmente impressionante, um paredão de vidro desponta na nossa frente logo na entrada e nos acompanha por toda a visita. Dá a impressão de que estamos em um espaço submerso.





De lá, andamos até o Centro Comercial Vasco da Gama (nem ouse chamar de shopping na terrinha da nossa língua-mãe), apenas para lanchar e encerrar o dia.

No dia seguinte, tínhamos agendado o passeio à vinícola na parte da tarde, então passamos a manhã passeando pelo centro de Lisboa até que desse o horário. Tiramos foto na famosa estátua de Fernando Pessoa e o vovô, velho conhecedor de Lisboa, indicou uma livraria ali por perto para escolher uns livros para as crianças. Era simplesmente a Bertrand Livreiros, que só depois descobrimos ser a livraria mais antiga do mundo!  Eles ainda carimbam o livro comprado com o nome da livraria e a referencia a este título. Coisinhas simples que nos encantam!




Precisávamos almoçar para seguir para o ponto de encontro do passeio, e no TripAdvisor surgiu o nome do restaurante Solar 31 da Calçada. Muito bem avaliado, fica em uma ladeirinha meio escondida, e a entrada mesmo do restaurante é bem discreta. Se não prestar bem atenção, você até passa batido.
Mas foi uma grata surpresa! Comida maravilhosa, atenção do chef o tempo todo vindo até a mesa nos sugerir algo e um “welcome drink” oferecido pela casa, um espumante em um balde borbulhante de gelo seco. Fiquei devendo provar a sobremesa por conta do nosso horário!



Seguimos para a Praça e ali esperamos a van do passeio. Só havia nós seis para este dia, e foi um verdadeiro tour particular. O motorista/guia super simpático, nos mostrando todas as atrações do caminho. 



Passamos pela Ponte e seguimos para a região de Setúbal, onde fomos visitar a vinícola da famosa Periquita. 



O tour seguiu pelos jardins, por um mini-parreiral e pelas adegas cheias de toneis enormes. O interessante foi a guia da vinícola contando que as teias de aranha que ficavam por cima dos toneis ajudavam a conservar a madeira, pois evitava a proliferação de fungos. Foi bem legal e as crianças ficaram bem entretidas com todas as explicações.

O jardim:


O parreiral no inverno, murchinho:


Muito frio nesse lugar dos toneis:




E, claro, a provinha no final! Como sou formiga, adorei o moscatel! Docinho, docinho!


Na praça da cidade há esse imenso cacho de uva como escultura, mas não cabe na mala!


De lá, o guia nos levou por uma estrada que passava no alto de uns desfiladeiros com vista para o mar, muito lindo, e encerramos nosso dia, voltando para o hotel por conta da chuva!

Eu e papi enfrentando o vento para apreciar a bela vista:


No dia seguinte, programamos ir a Sintra, para conhecer o Palácio da Regaleira. 


Como já havíamos estado lá antes, este era o único dos palácios que ninguém conhecia, então era o nosso plano. Fomos até lá de trem, super tranquilo. Porém estava chovendo muito, difícil até para andar pelas ruazinhas de Sintra, charmosa cidade histórica. 

Assim, fomos até a Padaria Periquita comer os famosos travesseiros e queijadas, e de lá até o centro turístico para descobrir o que fazer na chuva. Desistimos da Regaleira porque o legal de lá são os espaços ao ar livre e jardins, ficou então para a próxima. 

Almoçamos e pegamos um ônibus até Cascais, no litoral, passando por uma estrada com belas vistas (também difícil de ver por causa da chuva). De lá, pegamos o trem até Belém, porque não podíamos (presente!) sair de Lisboa sem comer os deliciosos pastéis de Belém!


Tudo meeeeu:




No último dia ainda deu para dar um pulinho na loja da Decathlon antes de seguir para o aeroporto, e parece que o sol, tímido, veio se despedir de nós:




E aqui termina a nossa aventura! De tudo o que vimos, todas as experiências e lugares fantásticos, a chuva no final foi só um detalhe.

Não existe lugar melhor do mundo do que estar ao lado dos que amamos, e para mim foi muito especial poder compartilhar todos esses momentos com eles!

Que venha a próxima!